Como diria Podrinho, da banda Os Cabeloduro, "O punk rock não morreu!".
Muito pelo contrário. O punk e o hardcore resistem à tudo e todos e segue em sua luta pela transformação social através da música e do comportamento. Um exemplo disso é a galera da banda Karne Krua, de Sergipe. Os caras fazem som e política (a verdadeira política, e não a dos gravatados corruptos) há 24 anos e o guitarrista banda, Alexandre Gandhi, conta para o blog um pouco da história da banda e da expectativa para a 24° edição do Festival Ferrock.
Blog Ferrock: Quando surgiu a banda, onde e por que?
Alexandre: A banda surgiu por volta de 1986 no subúrbio de Aracaju,. Influenciada, musicalmente pelo Rock n’ Roll de uma maneira geral, e voltada pra a visão sócia-política associada ao Punk HardCore é que fez surgir a Karne Krua. Fica a dica pra quem ler a entrevista de que a primeira demo chamada As Merdas Do Sistema, de 1987, está com link para download no www.myspace.com/bandakarnekrua. Estaremos disponibilizando as outras demos da banda.
Os assuntos abordados naquela época eram a revolta contra a estagnação de nossa cidade. Nada de novo acontecia e algo havia de surgir que fosse diferente. Daí surgir o registro citado acima. Influenciada pelo movimento punk que acontecia
Hoje a banda está pra lançar o novo disco chamado Inanição, que está em processo de prensagem. Os temas abordados nas letras da banda são o nuclear, a miséria da seca nordestina, os animais usados como experiência, o trabalhador explorado entre tantos outros.
B. F: A formação é a mesma de quando a banda começou?
A: Não. A primeira formação da Karne Krua foi com Vicente Coda – hoje artista plástico – na guitarra; Márlio,– vive hoje
B. F: Como está a cena do rock no nordeste? e Em sergipe especificamente?
A: Bem a cena do rock no Nordeste eu acredito que seja muito parecida com a de Aracaju. Eu, particularmente espero que as cidades cresçam mais, não só físicamente, mas também diversificadamente no que concerne a cultura para que se abra um espaço mais amplo para o Rock falando de uma maneira geral. Em Sergipe temos algumas manifestações de shows esporádicos em algumas cidades do interior. Em Aracaju, capital do Estado, há uma freqüência maior de apresentações, porém há uma dificuldade enorme de se conseguir espaço para tocar. A cidade está crescendo e começam a aparecer alguns espaços, eventos mais interessantes. Espero que em outras cidades do Nordeste a cena também esteja crescendo, como acontece aqui, e que possa se haver facilidades de migração, de troca de experiência, como vai ser agora ai, em Brasília.
B. F: Já vieram tocar em Brasília? Se sim, quando e onde?
A: Nunca a banda tocou por aí. Vai ser um show inédito!
B. F: Conhecem o festival Ferrock?
A: Sim, já tinha ouvido falar do festival. Estar tocando no festival de rock mais antigo do país é uma honra para a banda. Estamos muito entusiasmados para tocar ai.
B. F: Qual a expectativa para o evento, que em sua 24° edição decidiu por valorizar o rock do nordeste?
A: A iniciativa é inédita, não tenha dúvida. Acredito que a ponte começar a ser estabelecida é muito importante. Aqui, digo do Nordeste como um todo, tem muitas bandas de alta qualidade e que fazem parte do mundo da música (mesmo que underground, por assim dizer) do nosso país. Não sei se por causa das dimensões físicas do território, o preço alto pra um deslocamento entre os estados dificulte essa ponte ser estabelecida. É importante a iniciativa de um festival desse para que se interliguem as idéias das diferentes partes do país e que nós tomemos mais consciência de nós mesmos, como um todo, não como o fragmentado.
B. F: O que o público do Ferrock pode esperar de Karne Krua?
Confira abaixo o vídeo da música Seco.
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